domingo, 14 de junho de 2009

MENINO

Menino vadio
Sem pai e sem mãe
Pelos campos e cidades
Ruas e praças
Sem ter o que fazer
Busca sem saber como
O direito de viver.


Menino na lama
De cara com o crime
De corpo franzino
E coração rebelde
Percorre as ruas
Não vendo o momento
De praticar as suas.


Menino na corda
No meio do fogo
No mundo do crime
No inferno maldito
Na marginalização
Sem perspectiva
De uma educação.


Menino que chora
Sofre e se cala
Mas com nada se abala...
Menino traquino
Que perdeu os sonhos
Diante de uma bala
E não houve mais sinos...


Menino chateado...
Perdido e ferido
De alma sofrida
De coração magoado
Triste e sentido
Com rosto carrancudo
E estômago vazio.


Menino futuro...
Exposto nas ruas
Tal uma arte condenada.
Nas viaturas.
Menino construído...
Presente e futuro
Destruído...


18 / 05 / 1984

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